História de Goiás no Picadeiro
por Caio Sena
O Circo Laheto volta ao Encontro para interagir com o público. Esquetes e performances representativas compõem o picadeiro para relatar a história de Goiás
Foto: Layza Vasconcelos
Olá garotada, o Circo Laheto está de volta ao IX Encontro de Culturas Tradicionais da Chapada dos Veadeiros. O grupo, que no passado trouxe espetáculos de variedades e linguagem contemporânea, chega pela terceira vez ao evento contando a História de Goiás no Picadeiro.
A proposta é retratar fatos que marcaram a história de Goiás, desde os povos primitivos, passando pelos ciclos do ouro, fazenda goiana, expansão das cidades até a fase atual da industrialização. Tudo isso na linguagem circense e com a descontração dos toques de magia e humor.
Fomos até a sede do grupo, que fica em Goiânia, no Parque da Criança, lugar em que os artistas se preparam para as apresentações. O diretor do circo, Maneco Maracá, nos concedeu uma entrevista, relatando detalhes da construção desse novo espetáculo.
Manco, qual é a relação do Circo Laheto com o Encontro de Culturas?
Esta é a terceira edição que a gente participa. No primeiro ano, levamos o espetáculo Circo Magia e Estripulia, que é de variedades. No ano passado, fomos com o Acroloucos, que tem uma linguagem mais contemporânea, e este ano contaremos a História de Goiás por meio do picadeiro.
Angelita Alencar
Maneco Maracá (D): Goiás dos povos primitivos à industrialização
Como você conseguiu agregar pessoas e montar um grupo que se transformou no Circo?
Bom, eu sou catarinense e me mudei para o Mato Grosso em 1984. Lá existia um grupo que já fazia circo e teatro na região. Então, eu acabei me envolvendo e entrei no grupo, porém ele logo se desfez. Depois me mudei para Goiânia e desenvolvi um trabalho social com crianças e adolescentes, mesmo não sendo esse o meu objetivo principal. Acontece que no meio do caminho, percebi que o circo, além de ser um espetáculo, uma diversão e um espaço de lazer, tem um conteúdo pedagógico extraordinário.
Como serão as oficinas que o Circo Laheto oferecerá dentro do Encontro de Culturas?
Sempre armamos o circo e oferecemos oficinas, que são abertas a jovens, crianças e adultos, movimentando a Vila de São Jorge. Para nós, o interessante é que a cidade se envolva nesse processo, deixando um pouco do festival para a criançada. Os cortejos são uma maravilha, porque proporcionam um contato direto com o público na rua.
Quantas pessoas participam das apresentações?
O grupo é muito grande, entre técnicos, motoristas e artistas, somos 35 integrantes, mas este ano, participarão em torno de 25 pessoas.
Como o Circo se mantém?
Alugamos nosso espaço para festas de aniversários e nos apresentamos em diversos eventos. Fechamos parcerias com a Prefeitura Municipal, leis de incentivo e alugamos equipamentos, como lona, arquibancadas, entre outros.
Como você vê o futuro do circo? Acredita em alguma mudança radical?
Participei há pouco tempo, do Festival Mundial do Circo, onde debatemos essa questão. Que momento o circo vive ou qual é o futuro do circo? Um francês, que não me recordo o nome, disse: "O circo é um fenômeno mundial", e por esse motivo está em constante transformação, todos os dias podemos descobrir novas técnicas e novos números. O mercado se abre cada vez mais. O teatro vem garimpando o circo, a dança, a televisão, o cinema...
Qual a importância da trilha sonora nesse espetáculo?
É um espetáculo que está fazendo um sucesso extraordinário. Já fizemos umas 27 apresentações desta peça. A trilha sonora é maravilhosa, tudo que o espetáculo não consegue transmitir, falar da história, a música complementa. Provavelmente pela primeira vez em nosso país teremos uma música extremamente brasileira, que não perde para circo nenhum. Sinceramente a trilha sonora é um espetáculo a parte.
"O Encontro de Culturas Tradicionais é um dos melhores festivais que acontecem no país, pois nossa cultura fica em evidência pra quem quiser ver"
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Fonte: Agência de Notícias Cavaleiro de Jorge