Pesquisa divulgada pela Aliança de Controle do Tabagismo indica que R$ 21
bilhões foram gastos no ano passado em saúde pública e privada com doenças
relacionadas ao fumo. De acordo com a entidade, o montante representa quase 30%
do valor destinado ao Sistema Único de Saúde (SUS).
O estudo revela ainda que o tabagismo é responsável por 130 mil óbitos ao ano
no Brasil, o equivalente a 13% do total de mortes registradas no país.
Para a diretora da Aliança de Controle do Tabagismo, Paula Johns, é preciso
desfazer o mito de que o tabaco é ruim para saúde, mas bom para a economia do
país, “A realidade é outra. Os custos são enormes”, ressaltou.
O estudo, segundo Paula, demonstra, que o país gasta mais com o tratamento de
doenças consideradas evitáveis do que o montante que é recolhido pela indústria
do tabaco na forma de impostos.
Ela alertou ainda que o estudo considerou apenas os custos diretos gerados
pelo consumo de produtos derivados do tabaco para a saúde no país e não
contabilizou, por exemplo, os casos registrados entre fumantes passivos. “Os
valores seriam ainda maiores”, disse.
Entre as recomendações listadas pela Aliança de Controle do Tabagismo para o
combate ao fumo no Brasil está a necessidade de novas pesquisas que incluam
doenças como a tuberculose na lista de enfermidades relacionadas ao fumo, além
de levantamentos sobre os custos ambientais provocados pela produção do tabaco
no Brasil.
O secretário de Atenção à Saúde do Ministério da Saúde, Helvécio Magalhães,
avaliou que o governo se sente “confortável e, ao mesmo tempo, preocupado” com o
enfrentamento ao tabaco no país. Ele lembrou que foram registrados avanços como
a queda no número de fumantes - o percentual passou de 16,2% em 2006 para 14,8%
no ano passado. Ele lembrou, entretanto, que o país ainda contabiliza 25 milhões
de pessoas que fumam.
“Precisamos aperfeiçoar o aspecto legal que trata do banimento do fumo em
ambientes fechados, da taxação inibidora e do avanço no combate à pirataria”,
destacou.
Fonte:
Agência Brasil
Por: Paula Laboissière
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