Brasília - O dermatologista do Hospital Regional da Asa Norte (Hran) em
Brasília Eugênio Reis disse que a técnica de tratamento do vitiligo, apresentada
pelo médico indiano Davinder Parsad durante encontro em Brasília, existe desde
1987, mas era muito cara e inviável para os médicos brasileiros. Entretanto, nos
últimos cinco anos, com o avanço da biologia molecular e a substituição de
certos reagentes, o tratamento tornou-se mais barato.
O aprimoramento da técnica foi apresentado por Parsad durante o 14º Congresso
Brasileiro de Cirurgia Dermatológica, promovido nesta semana pela Sociedade
Brasileira de Cirurgia Dermatológica (SBCD), que reuniu cerca de 2.500 médicos
do Brasil e convidados estrangeiros. O encontro termina hoje (23). O objetivo é
divulgar os avanços de técnicas de tratamento e tornar os profissionais mais
atualizados para cuidar dos pacientes, sobretudos aqueles que não respondem às
técnicas clássicas.
“No procedimento tradicional, além do uso de pomadas e remédios, são
retiradas partes da pele de área saudável do corpo e transplantadas para a área
atingida pela doença. Entretanto, a técnica é agressiva, pode deixar cicatrizes
e não garante bons resultados. Com o aprimoramento do transplante dos
melanócitos, a área atingida fica com uma coloração mais uniforme e harmônica,
depois de quatro a seis semanas. Sem contar que o procedimento é muito menos
agressivo do que o tradicional”, esclareceu.
O vitiligo é uma doença autoimune causada pela formação de anticorpos que
matam os melanócitos (células que dão pigmentação à pele), gerando manchas
brancas. O dermatologista indiano aperfeiçoou o método de extração de
melanócitos de áreas saudáveis do corpo para serem transplantadas em áreas
atingidas pela doença. Durante o procedimento, é retirado um pequeno e fino
fragmento de pele de uma área saudável do corpo do paciente. Depois disso, são
extraídas as células de pigmentação desse fragmento. A área atingida pelo
vitiligo é raspada e os melanócitos são colocados sob a pele afetada.
“O vitiligo é uma doença genética, que pode ser precitada por fatores
ambientais como o estresse. Geralmente, aqueles que sofrem com a doença tendem a
ser mais ansiosos, o que pode agravar o quadro. É uma enfermidade que compromete
a qualidade de vida da pessoa, porque causa certo desequilíbrio psicológico. O
paciente passa a se limitar, a restringir a própria vida, evitando ir a certos
lugares onde será mais exposto. Em alguns casos, para de trabalhar e deixa até
de sair de casa”, contou.
No campo estético, uma técnica divulgada no congresso foi o transplante
capilar e de sobrancelhas. O procedimento retira folículos capilares de uma área
normal, geralmente um pequeno pedaço do couro cabeludo da área abaixo da nuca, e
transplanta para a região sem cabelo.
Segundo o especialista em transplante capilar (tratamento clínico e cirúrgico
das alopécias) Francisco Le Voci, esse procedimento é indicado para pacientes
calvos, que sofreram queimaduras, doenças ou acidentes que impedem que o cabelo
volte a crescer na área afetada. “A técnica de transplante de sobrancelha ajuda
as pessoas que se sentem incomodadas por terem perdido a expressividade a voltar
a ter expressões faciais, uma das funções dos pelos dessa região”, explicou.
Uma variante dessa técnica é a extração de unidade folicular, em que a equipe
médica extrai as raízes, uma a uma, com um aparelho, para serem implantadas no
paciente. Entretanto, a técnica não pode ser utilizada em todos os casos. “É
mais demorada e oferece quantidade menor de pelos, então ela só pode ser usada
em algumas situações, e para o transplante”, acrescentou Le Voci.
Fonte: Agência Brasil
Edição: Graça Adjuto
Comente e passe pra frente!
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário