Projeto classifica taxonomicamente todas as espécies de plantas produtoras de flores de São Paulo. Lançamento será dia 6 de junho, no Instituto de Botânica (Gaylussacia brasiliensis/divulgação) |
A obra apresenta monografias de 19 famílias, 67 gêneros e 470 espécies vegetais. Destacam-se representantes de grande valor ornamental, como as Araceae, com belos antúrios e filodendros, e as Begoniaceae, das quais fazem parte as begônias.
Também estão incluídas as Musaceae, família da banana, e as Marantaceae, conhecidas por seus caetés com vistosas folhagens e também por ser a família da araruta, farinha usada na alimentação. A maior família do sétimo volume é a das Piperaceae, que inclui as pequenas peperômias e a pariparoba.
“Esta edição contou com a colaboração de 49 especialistas e estudantes de botânica. O maior desafio foi fazer a taxonomia das Marantaceae, pois não havia especialistas nessa família no Brasil”, contou Maria das Graças Lapa Wanderley, pesquisadora do IBt que coordena o projeto e também participou desta monografia.
O trabalho começou em 1993 como um Projeto Temático financiado pela FAPESP e coordenado por Hermógenes de Freitas Leitão Filho (1944-1996), professor da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).
Até o momento, o projeto já envolveu mais de 200 pesquisadores do Brasil e do exterior e ajudou a formar mais de 100 estudantes das áreas de Biologia, Engenharia Agronômica e outras afins.
Também fazem parte da equipe coordenadora George Sheperd, Therezinha Melhem, Suzana Martins e Ana Maria Giulietti. Recentemente, novos membros integraram o corpo editorial: José Rubens Pirani, Inês Cordeiro, Rebeca Romanini, Maria Margarida Fiuza de Melo, Mizue Kirizawa e Luiza Kinoshita.
“Homenageamos neste sétimo volume o professor Shepherd, do Instituto de Biologia da Unicamp, que participou do projeto desde o início e foi fundamental para seu desenvolvimento”, disse Lapa Wanderley.
As primeiras publicações começaram a sair em 2001. A previsão é que, ao todo, sejam lançados 15 volumes, perfazendo um total de 180 famílias, 1.500 gêneros e 7.500 espécies de fanerógamas. “O trabalho está na metade”, disse a pesquisadora.
As monografias contêm descrições das famílias, gêneros e espécies. No caso de mais de um gênero, espécie ou categoria infraespecífica, são apresentadas chaves para esses táxons. Além disso, cada monografia conta com ilustrações botânicas e informações sobre a diversidade vegetal paulista e a distribuição geográfica das espécies.
Entre as dificuldades de concluir as monografias, Lapa Wanderley destacou os recentes avanços na área da genética e da filogenia molecular. “As descobertas têm apresentado novas propostas de classificação das espécies. São necessárias, portanto, frequentes atualizações e isso torna o processo de editoração mais longo”, disse.
Outros estados também assumiram o compromisso de mapear sua flora fanerogâmica no início dos anos 1990, mas apenas São Paulo e Distrito Federal estão em fase avançada de pesquisa, contou Lapa Wanderley.
“A decisão de mapear a flora do Brasil por estado foi tomada em assembleia durante congressos da Sociedade de Botânica do Brasil. São Paulo, tão logo a proposta foi aprovada, deu início ao estudo e submeteu o projeto à FAPESP”, lembrou.
Checklist da vegetação nativa
Em dezembro de 2011, os pesquisadores concluíram, em parceria com a equipe do Programa BIOTA-FAPESP, o checklist de todas as espécies fanerógamas do Estado de São Paulo.
“É uma listagem realizada por especialistas, com atualizações dos nomes das espécies e referência de uma amostra de herbário. O Programa BIOTA pretende fazer o checklist de toda a vegetação nativa de São Paulo. Nós já terminamos a parte das fanerógamas”, explicou Lapa Wanderley.
Um resumo do trabalho foi publicado na internet na revista Biota Neotrópica. A versão impressa será possivelmente lançada em agosto.
Na cerimônia de lançamento do sétimo volume da Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo, marcada para o dia 6 de junho, às 10h30, no Jardim Botânico, também será lançado o Guia de Identificação de Bromélias da Reserva de Paranapiacaba.
O Guia é resultado do projeto de iniciação científica de Sergio Sakagawa, bolsista FAPESP e orientando de Lapa Wanderley. “Trata-se de um folheto de 108 páginas, com uma introdução sobre a Reserva de Paranapiacaba e descrições das 38 espécies de bromélias lá existentes”, disse.
O Instituto de Botânica fica na Avenida Miguel Stefano, 3.687, em São Paulo.
•Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo – Volume 7
Preço: R$ 120
Editora: Imprensa Oficial do Estado
Vendas: pelo telefone (11) 5067-6028 ou pelo e-mail vendalivros@ibot.sp.gov.br
Fonte: Agência FAPESP
Por Karina Toledo
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