Brasília - Movimento dos Atingidos por Barragens fazem ato na Esplanada dos Ministérios contra a construção da Usina de Belo Monte e pedem o cancelamento da licença prévia para o leilão, marcado para o dia 20 (Roosewelt Pinheiro/ABr)
Brasília – Um grupo de 56 organizações sociais, entre os quais o Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), o Conselho Indigenista Missionário (Cimi) e o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), pediu hoje (12) o cancelamento do leilão da Usina Hidrelétrica de Belo Monte, no Rio Xingu, no Pará. O leilão está previsto para o dia 20 deste mês.
Eles também pediram, em documento entregue ao governo, o cancelamento da licença prévia concedida pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) para construção da usina. O manifesto foi protocolado hoje nos ministérios de Minas e Energia e do Meio Ambiente e na Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
Após uma manifestação na Esplanada dos Ministérios, os representantes das entidades deram entrevista coletiva à imprensa, ao lado de personalidades como o cineasta James Cameron, diretor do filme Avatar, e a atriz americana Sigourney Weaver.
O representante do Instituto Socioambiental, Raul Vale, defendeu a realização de uma avaliação criteriosa dos custos e benefícios da obra, que leve em conta não apenas a geração da energia, mas também os impactos da usina. Ele também lembrou a ação civil pública movida pelo Ministério Público Federal no Pará contra o licenciamento ambiental de Belo Monte. “Se a Justiça for séria, dará razão ao Ministério Público, e o leilão não será realizado”, disse Vale.
Segundo o representante do MAB no Pará, Rogério Höhn, a organização é contra o atual modelo energético brasileiro por causa dos impactos sociais e ambientais. Para ele, quem paga a conta da construção de grandes hidrelétricas é o povo brasileiro. “Tanto no financiamento das obras para grandes grupos econômicos como também no pagamento da tarifa da energia.”
A representante do Movimento Xingu Vivo para Sempre, Antônia Melo, afirmou que o governo e as empresas não informam a quantidade de pessoas que serão atingidas pela obra e estima que mais de 50 mil pessoas terão que ser deslocadas por causa da usina.
A construção da Usina de Belo Monte está orçada em R$ 19 bilhões. Com capacidade instalada de 11,2 mil megawatts, Belo Monte será a segunda maior hidrelétrica brasileira e a terceira maior do mundo, segundo a Aneel.
Fonte: Agência Brasil
Sabrina Craide Repórter da Agência Brasil
Foto: Roosewelt Pinheiro/ABr
segunda-feira, 12 de abril de 2010
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