De caçador, a caça. Duas instalações da Mostra Nacional Ambiental – Caminhos da Sustentabilidade, aberta ao público até sábado (07/11) na sede do Ibama, em Brasília, convidam o visitante a inverter os papéis e experimentar o sofrimento de animais presos em armadilhas e mantidos em cativeiros em gaiolas por todo o país.
“Foi angustiante, sinistro mesmo”, disse o analista de sistemas César Muhamm, de 31 anos, depois de entrar no Labirinto. “A gente fica na expectativa de achar algo, uma saída, e nada”, completou, descrevendo a sensação vivida por um bicho acuado.
Ao entrar na instalação, o visitante é exposto a fotos de animais brasileiros vivos, mas ameaçados de extinção, como a onça-pintada, o tamanduá-bandeira e a arara azul. Conforme se avança no Labirinto, aparecem imagens de animais mortos por caçadores. Todos foram flagrados nas operações do Ibama. No local ainda estão expostas 92 gaiolas de vários tipos usadas por traficantes da fauna silvestre e criadores ilegais de aves.
Homens na gaiola
“A sensação de prisão é a mesma. A idéia é se colocar no lugar do animal, que conheceu a liberdade e agora enxerga a vida por meio das grades. E ele não cometeu crime algum para viver preso, exceto ser ou cantar bonito”, explica Raquel Sabaini, Chefe da Divisão de Fiscalização de Fauna do Ibama.
Segundo ela, o Ibama apreende por ano cerca de 45 mil animais silvestres mantidos em cativeiro ilegalmente. Destes, 80% são aves. A grande maioria, canora.
Nelson Feitosa - Ascom Ibamafotos: Hermínio Lacerda - Ascom Ibama
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