A leishmaniose é uma doença grave e que, se não
tratada, pode levar à morte em até 90% dos casos, segundo o Ministério da Saúde. É transmitida por meio da
picada de fêmeas de mosquito flebotomíneo. Como não existe vacina contra a
doença, as medidas de combate da enfermidade se baseiam no controle de vetores e
dos reservatórios, de acordo com recomendação da Fundação Oswaldo Cruz
(Fiocruz). Segundo a Organização Mundial da Saúde, são regiatrados pelo menos
500 mil novos casos de leishmaniose visceral anualmente.
Segundo o professor doutor Edson Roberto da Silva,
que supervisionou a pesquisa, o método desenvolvido inibe a enzima essencial
para o metabolismo do protozoário Leishmania, causador da doença.
De acordo com a pesquisadora Débora Nascimento e
Santos, autora da tese de mestrado, iniciada em 2010, o estudo faz parte de um
projeto desenvolvido no Brasil e na França e que tem como maior financiadora a
Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp). Para obter o
extrato foram usados dois processos não convencionais. O primeiro, de extração
feito na França, usou solvente pressurizado (etanol), que permite maior
rendimento de extrato em um menor período de tempo. O segundo ocorreu no Brasil
com fluído supercrítico, sob temperatura e pressão acima do nível crítico.
A pesquisadora informou que os estudos ainda estão
em fase preliminar e que não há qualquer previsão de tempo e viabilidade da
produção do medicamento para combater a doença em humanos. “Às vezes, uma
substância tem um ótimo efeito contra um micro-organismo, mas é tóxica para a
gente. Então, tem que fazer um teste para ver se ela é segura para consumo”,
diz.
Ela ressaltou que, por ser mais comum no
Hemisfério Sul, há pouco investimento em pesquisas por parte das indústrias
farmacêuticas internacionais. “A leishmaniose é muito negligenciada pela
indústria de medicamentos”, alerta Débora.
Fonte: Agência Brasil
Por: Fernanda Cruz
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