terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Projeto “Quelônios da Amazônia” no final de mais uma temporada
Porto Velho, em Rolim de Moura do Guaporé, distrito de Alta Floresta do Oeste, no Estado de Rondônia, foram libertadas dos berçários cerca de 13.000 tartarugas. Otoniel Braga, de 67 anos, é um dos pioneiros do Projeto Quelônios da Amazônia no distrito. Ex-seringueiro, entrou no projeto pelo amor que tem pela natureza. Relembra que, no início, haviam poucas tartarugas desovando: entre 13.000 a 15.000 filhotes anualmente eram liberados para a natureza. Nessa temporada, só nas praias que acompanha, foram liberados mais de 600.000 filhotes.
Otoniel tem muitas histórias. Uma delas trata de um cachorro que saqueava ninhos para se alimentar. Era uma correria. Toca para lá, toca para cá e nada do animal desistir. Então ele e um colega resolveram colocar o cachorro no outro lado do rio, em território boliviano. Levaram um baita susto ao ancorar e dar de cara com uma onça, “e, das grandes”. O cachorro, de imediato enfrentou o bicho, latindo corajosamente, dando tempo para eles remarem, saindo da área de risco.
Além do comentado cachorro, ovos de tartaruga entram na dieta alimentar de várias outras espécies de animais como quatis, gambás, várias espécies de aves, “paquinha” - uma espécie de roedor noturno que cava túneis e chupa os ovos - e o homem: ribeirinhos e indígenas se alimentam tradicionalmente com tartarugas, antigamente pela dificuldade de chegarem outros alimentos protéicos até a região, hoje, pela cultura.
Após a eclosão, os filhotes iniciam uma difícil jornada até a água. Até chegarem lá, são presa fácil para muitas espécies, inclusive aves. Praieiros contam que apenas um Tuiuiú come duas ninhadas, entre vinte e trinta tartaruguinhas de uma só vez. Ao alcançarem a água, a dificuldade continua. Elas são alvo de piranhas, pirapitingas, tucunarés, pirararas, tambaquis entre outras espécies de peixes.
No final da história, estima-se que sobrevivam até a idade adulta entre uma e cinco tartarugas a cada mil. Dessa forma, a natureza investe nas mais afortunadas. Por outro lado, quanto mantidas em berçários até 15 dias após a eclosão, se alimentando com nutrientes colhidos às margens do rio, tornam-se mais rápidas e com os cascos fortalecidos, aumentando suas chances de sobrevivência.
Segundo o servidor do Ibama e biólogo Jácomo Antônio Mediote, que é executor operacional do projeto desde 1996, a manutenção em berçário, seguida da soltura dos filhotes em locais adequados, pode elevar a cinco por cento o percentual de sobrevivência. Esses dados parecem refletir o aumento de 15 mil para 600 mil filhotes anuais apenas nas praias desse distrito.
Nesta temporada, o Ibama conta com diversos outros órgãos oferecendo apoio logístico, financeiro e técnico operacional ao Projeto Quelônios da Amazônia em Rondônia. Entre as entidades que apoiam o projeto econtram-se a Seagri, a Ecomec, o Sebrae e a Sedam.
Para o superintendente do Ibama em Rondônia, César Guimarães, “todas as parcerias são bem-vindas quando se trata de preservação e conservação da natureza, visto que a cada ano os problemas ambientais se agigantam, enquanto urge a necessidade da preservação da Amazônia como uma estratégia planetária para a manutenção do equilíbrio ambiental”.


Fonte: Ascom/Ibama/RO
Valdemir Tedesco
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