Considerado avô do samba, o Jongo, dança comunitária herdada dos escravos angolanos de origem bantu, poderá ser comemorado todos os anos em data especial no Rio de Janeiro, por meio do Projeto de Lei 468/2011 que instituirá 26 de julho, o Dia Estadual do Jongo. A data foi escolhida em homenagem ao orixá Nanã, padroeira da manifestação na religião de matriz africana Umbanda, que no catolicismo corresponde a Sant’Anna.
A dança já é festejada no Rio de Janeiro há pelo menos 150 anos. Para Rodrigo Nascimento, representante regional da Fundação Cultural Palmares (FCP) no estado, os grupos de Jongo representam a sociedade brasileira, por isso, o estado deve se unir às agendas do poder público. “O trabalho unificado entre as instituições pode ajudar na pauta de reivindicações pela valorização e para o avanço destes grupos”, ressalta.
Com a oficialização do Dia Estadual do Jongo no Rio de Janeiro, grupos jongueiros esperam que a mobilização em torno do assunto ganhe repercussão em outros estados para que seja possível, em um futuro próximo, a criação do Dia Nacional do Jongo.
HERANÇA DOS ESCRAVOS – Durante todo o período colonial, o jongo foi uma das poucas manifestações públicas permitidas aos negros. Com a abolição, ganhou ainda mais força como expressão da cultura africana, principalmente no sudeste do país, e foi estabelecido, em 2005, patrimônio imaterial brasileiro pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).
Também conhecido como caxambu e tambu, o jongo é uma forma de expressão que integra percussão, canto e dança. Como forma de resistência à dominação colonial, os jongueiros e seus descendentes mantiveram e transmitem até os dias atuais, as práticas, os saberes e valores contidos na manifestação às novas gerações.
Fonte: Fundação Cultural Palmares
Por Daiane Souza
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