quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Os premiados Voa Viola

PRÊMIOS ESPECIAIS

Com shows de Renato Teixeira e banda, o trio de cordas de Ricardo Vignini e o reencontro de Roberto Corrêa e Siba, foram anunciados na sexta-feira, na Sala Villa-Lobos do Teatro Nacional, em Brasília, os cinco vencedores do festival Voa Viola. O primeiro prêmio anunciado, para a categoria tradição, foi para a Família Pereira de Guaraqueçaba, Paraná. No quesito dupla, saíram vencedores Galvan e Galvanzinho, de Anápolis (Goiás). Representando a modalidade canção, foi escolhido o cantor, compositor e violeiro Wilson Dias, mineiro de Olhos D'Água, no Vale do Jequitinhonha. Na categoria instrumental, o vencedor foi Arnaldo de Freitas, de Marília (SP), um que comprova "o poder voador da viola". Por último, mas não mesmo importante, o grupo paulista Conversa Ribeira foi selecionado para representar a categoria inovação. Cada um vai receber R$ 8 mil da Caixa, patrocinadora do concurso.

Como disse Corrêa, curador do festival com outro violeiro, Paulo Freire, foi "uma ingrata tarefa", não só premiar os cinco finalistas, mas selecionar entre 389 inscritos os que participariam dos shows no Recife, em São Paulo, Belo Horizonte e Brasília. Os premiados pelos jurados J. C. Botezelli (Pelão) e Carlos Miranda não estão necessariamente entre os 12 que o público votou, via internet, para fazerem os shows.

De qualquer maneira, as escolhas são representativas do que se vem fazendo em música com viola hoje no País, em diversos estilos musicais, tipos de instrumentos (viola caipira, nordestina, de cocho, de buriti, machete), sotaques e regiões. Uma das diferenças desse prêmio, como enfatizou Corrêa e Juliana Saenger, dedicada coordenadora do festival, é que não se premia a competição, mas a diversidade.
Fonte: Jornal “O Estado de São Paulo”

 Os premiados:
Canção - Wilson Dias (Olhos d’Água/MG)
Natural do Vale do Jequitinhonha, o violeiro, cantor e compositor, Wilson Dias trouxe para a arte as influências da vida em comunidade, da cultura popular, em suas manifestações tanto religiosas, quanto profanas. Suas canções revelam o encontro entre a tradição e o mundo contemporâneo, com força e verdade. O Voa Viola, premiando Wilson Dias, rende homenagem ao cantador das Gerais, ao caminho “roseano” de fazer arte.

Tradição - Família Pereira (Guaraqueçaba-PR)
Há mais de 100 anos esta família vem se dedicando à manutenção e divulgação do fandango no litoral do Paraná. Constroem seus próprios instrumentos: violas, rabecas e adufes. São exímios instrumentistas. Eles representam a sabedoria do homem da roça, a cultura oral sendo transmitida em meio aos fenômenos da natureza. Com este prêmio à Família Pereira, o Voa Viola homenageia os grandes mestres brasileiros.

Dupla - Galvan e Galvãozinho (Anápolis/GO)
As vozes de Galvan e Galvãozinho personificam a história da música caipira. Artistas com mais de 30 anos na estrada, cantando as modas de viola, pagodes e toadas que caracterizam o clima do interior goiano, herdaram um título que lhes caiu muito bem: "os reis da catira". Mantêm os pés fincados nas tradições como as raízes mais resistentes da cultura popular regional. Com este prêmio a Galvan e Galvãozinho, o Voa Viola presta uma homenagem à cultura caipira.

Instrumental - Arnaldo Freitas (Marília/SP)
Arnaldo Freitas é mais conhecido como o violeiro do regional que acompanha Inezita Barroso no programa “Viola minha Viola”. Quem conhece Inezita Barroso sabe que não é qualquer um que ocupa este posto. Mas ele vai além. É um virtuose no instrumento e um compositor que aponta para rumos inusitados. O Voa Viola premiando o jovem Arnaldo Freitas, homenageia esta nova geração de instrumentistas que se encantam com o poder voador da viola.

Inovação – Grupo Conversa Ribeira (SP/MG)
Formado pela cantora Andréa dos Guimarães, o violeiro João Paulo Amaral e o pianista/acordeonista Daniel Muller, o Conversa Ribeira vem se tornando um dos melhores exemplos de como a música caipira pode ser recriada com criatividade e ousadia. Nascidos no interior de São Paulo e Minas Gerais, estes músicos de sólida formação buscam novos caminhos com suas concepções artísticas contemporâneas. Premiando o Conversa Ribeira, o Voa Viola homenageia os artistas que se arriscam e respeitam as tradições.

Paulo Freire e Roberto Corrêa

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