terça-feira, 1 de março de 2011

Pequena notável

Victória Rossetti, recentemente falecida, é homenageada por amigos e pesquisadores em cerimônia no Instituto Biológico.

Victória Rossetti (1917-2010), primeira engenheira agrônoma formada pela Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) da Universidade de São Paulo e reconhecida internacionalmente pelas pesquisas dedicadas às doenças dos citros, foi homenageada na manhã desta segunda-feira (28/2), no Instituto Biológico, em São Paulo.


A cerimônia realizada no auditório do órgão contou com a presença e depoimentos do ex-ministro da Agricultura Roberto Rodrigues, sobrinho da pesquisadora, e de Elliot Watanabe Kitajima, professor aposentado da Esalq.

Falecida aos 93 anos, em 26 de dezembro de 2010, por conta de uma pneumonia, a engenheira fez carreira no Instituto Biológico, onde ingressou como estagiária em 1940 e lá trabalhou durante 60 anos.

Considerada uma das maiores autoridades em fitopatologia no Brasil e no exterior, a pesquisadora deixou como legado mais de 450 trabalhos na área – entre os quais destacam-se artigos científicos, de divulgação e boletins técnicos, além de dois livros –, principalmente sobre doenças que atingem as plantas cítricas.

Nascida em 15 de outubro de 1917, em uma fazenda em Santa Cruz das Palmeiras, no interior paulista, Veridiana Victória Rossetti aprendeu com o pai os segredos de sua futura profissão. Da mãe Lina, que era pianista, Victória herdou o amor pelas artes.

O chefe da Unidade de Pesquisa e Desenvolvimento da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA) de Sorocaba, Eduardo Feichtenberger, fez uma retrospectiva da carreira da cientista, citando alguns dos prêmios que recebeu em vida.

Em 2004, condecorada com a Grã-Cruz da Ordem Nacional do Mérito Científico pelo presidente da República, recebeu do Estado de São Paulo o título de Servidora Emérita e, da Esalq, a medalha Luiz de Queiroz, entre outros prêmios nacionais e internacionais.

Feichtenberger ainda lembrou a participação de Victória em associações e outros órgãos, como a representação do Brasil no Comitê Executivo da Sociedade Internacional de Citricultura e no Comitê Internacional de Estudos sobre Phytophthora. Ela também foi presidente da Organização Internacional Virologistas de Citros, membro titular da Academia Brasileira de Ciências e integrou diversas comissões na Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO).

O evento contou também com a presença dos sobrinhos Mário de Moraes Rossetti e Renato Rossetti, e dos amigos Antônio Batista Filho, diretor- geral do Instituto Biológico, e Orlando Melo Castro, coordenador da APTA.

“Victória se destacou pelo diferencial que sempre fez pela agricultura paulista e brasileira na área de sanidade vegetal. Pesquisadores nessa área são fundamentais para que possamos produzir cada vez mais e melhor e foi ela que, ao lado de outros pioneiros, montou a base de sanidade vegetal no Brasil”, disse Castro.

A cerimônia terminou com as palavras do filho de sua irmã mais velha, o professor da Universidade Estadual Paulista (Unesp) e ex-ministro Roberto Rodrigues.

Em seu breve discurso, Rodrigues relatou que conviveu com a pesquisadora em três oportunidades: como sobrinho, como colega de trabalho e como secretário de Agricultura do Estado de São Paulo.

“Ela lutou muito por aquilo em que acreditava. E mesmo em suas mais difíceis lutas, ela teve uma alegria enorme de viver, uma característica rara nas pessoas devido às pressões do dia a dia”, disse.
Fonte: Agência FAPESP
Por Mônica Pileggi

Um comentário:

Simone Bichara disse...

Linda a Victoria... E hoje o céu ganhou o grande Scliar! Que façam festas, os dois, lá no céu.
Obrigada por compartilhar.

Quando puder, dê uma passadinha no blog, estamos divulgando a nova exposição.

Grande abraço

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